Um gato no apocalipse, zero diálogos e muitos elogios. Hype ou obra-prima?
Se tem uma coisa que Hollywood adora é um “azarão” surgindo do nada e roubando a cena. Foi exatamente o que aconteceu com Flow, animação independente dirigida pelo letão Gints Zilbalodis, que chegou como quem não quer nada e saiu do Festival de Cannes carregada de elogios. Depois, faturou o Globo de Ouro e, agora, está no páreo para o Oscar. Mas a pergunta que não quer calar: tudo isso é merecido ou puro delírio da crítica?
Um gato, um barco e… só isso?
Flow não tem diálogos. O filme inteiro é baseado na jornada de um gato preto vagando por um mundo pós-apocalíptico, tentando sobreviver em um barco improvisado ao lado de outros animais. Tudo isso embalado por uma animação minimalista e um uso estratégico do silêncio. Quem é fã de filmes contemplativos pode considerar uma obra-prima. Já quem gosta de tramas mais movimentadas pode se sentir traído pela calmaria.
Não dá para negar: tecnicamente, Flow impressiona. Foi todo feito usando o software de código aberto Blender, provando que dá para criar algo visualmente bonito sem precisar de um orçamento de estúdio gigante. Mas é aí que mora o perigo: muitas vezes, o cinema de animação alternativo ganha um passe livre para ser considerado “arte”, enquanto filmes mais comerciais são vistos como “menos profundos”. Não será esse o caso aqui?
Com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme caiu nas graças dos críticos. E o Oscar, que adora premiar a ousadia, já está de olho. Mas a pergunta continua: será que o público vai comprar essa ideia? Porque uma coisa é crítica elogiar, outra bem diferente é lotar salas de cinema.
No Brasil, Flow estreou no dia 30 de janeiro e já divide opiniões. Tem gente dizendo que é uma das experiências mais emocionantes do ano. Outros acham que é só um grande exercício de paciência.
E você, de que lado está?
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